sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

ATÉ QUE A VIDA ME SEPARE

E lá estava ele..., na barriga de sua futura mãe, preste a vir a este
mundo mais uma vez. E no calor da placenta que o envolvia,
escutando apenas o fluxo sanguíneo e o bater do coração daquela
a quem o geraria, ele elevou seus últimos pensamentos para o
tabernáculo da grande vida, e disse:
— Deus..., se possível..., afastai de mim esse cálice!. Acredito de
não estar preparado para mais uma vez tal experiência. Vós me
consciderais forte e apto para mais essa jornada, mas confesso...,
ainda preciso estudar e compreender mais sobre às leis da matéria.
Eu sei que Vós vai me dar o discernimento e mais ainda...,
companheiros e irmãos para eu cumprir mais uma vez essa missão,
mas acredite..., assim como Vosso Filho, que foi traído, julgado e
crucificado, o meu destino não vai ser menos parecido..., porém...,
que seja feita sempre a Vossa vontade..., e nunca a minha!.

E após oito meses e meio de gestação, ele viu a luz mais uma vez
neste mundo..., e no terceiro dia de vida..., ele foi encontrado
numa lixeira pública por um morador de rua!.